quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A minha preferida de Chico



Não foram poucas as pessoas que nos últimos dias vi cantarolar alguma música de Chico Buarque. A minissérie Amor em quatro atos, exibida pela Globo na semana passada, trouxe à superfície da nossa mente músicas adoradas há décadas, guardadas pra sempre, tatuadas no coração da gente...

Não vi os episódios, mas deixo aqui a minha preferida entre as belíssimas canções de Chico. A ideia de que o amor consiste numa força que não se perde, numa energia que fica por aí, se renovando, é mesmo linda. Amores passados nutrem relações futuras e assim vai... Ecos de palavras que podem ressoar de um jeito lindo para alguém que nem conhecemos. E os exploradores e cientistas do futuro descobrindo, buscando tudo isso... A imagem é realmente vanguardista, delicada, melodiosa. Sofisticação e sutileza típicas do mestre.

Futuros Amantes é a minha predileta. Se bem que tem também Olhos nos Olhos, Atrás da Porta, Cotidiano, Apesar de você, Carolina...
Futuros Amantes
Chico Buarque (para conferir vídeo clique aqui)

Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar

E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos

Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização

Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você

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