domingo, 18 de julho de 2010

Ao mestre, com carinho


Desde muito pequena, eu amo literatura. E amo poesia. Eu me lembro como se fosse hoje da capa da Veja com a foto da lápide de Drummond, em 1987. Eu tinha 9 anos e li toda a reportagem. Aquilo tudo me tocou muito e admirei aquele senhor e o que ele tinha a dizer. Apaixonada, tratei de decorar logo "No meio do caminho".

Depois, comecei a me encantar mais e mais pelas palavras. Fazia redações com facilidade, mas escolhendo com cuidado as palavras que colocaria no papel para traduzir os meus sentimentos. Mal sabia que tempos depois as palavras seriam meu ganha-pão, minha fonte de estresse, minha paixão.

E a trabalho fui a Porto Alegre, em 2005. Conheci de perto a casa onde viveu aquele que desbancaria Drummond no meu coração: Mário Quintana. O hotel em que ele passou seus últimos dias (hoje a casa de cultura que leva seu nome - foto abaixo) é a cara dele: charmoso, delicado e ao mesmo triste e bem-humorado.



Queria tanto ter conhecido Quintana e morro de paixão quando meu chefe me conta do encontro inusitado que teve com ele, certa vez. Não tive essa alegria, mas me delicio de vez em sempre com as palavras que o mestre deixou e que me afagam o coração. Eis aqui algumas delas:


"No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas
que o vento não conseguiu levar:
um estribilho antigo
um carinho no momento preciso
o folhear de um livro de poemas
o cheiro que tinha um dia o próprio vento..."

PS1.: Quer ler mais coisas lindas de Quintana? Clique aqui

PS2.: Lá em Poá, não resisti e sentei-me ao lado do Quintana personagem, um boneco de espuma em tamanho natural, que fica na lojinha do hotel.

2 comentários:

  1. qdo eu era pequena eu adorava ler os poemas de Vinicius... decorei o soneto da fidelidade e adorava recitá-lo! para mim mesma. eu e meus botões!
    lindo post, amiga!

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  2. Que texto lindo Luciana. Me deixou emocionada. Parabéns!

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